Pescador da barca bela, onde vais pescar com ela, que é tão bela, ó pescador?

O povo chinês diz cheio de sabedoria: Se vires um homem com fome, não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar. Ok. Mas permitam-me a ousadia perversa de questionar tão milenar sabença. É que não estou a pescar bem a cena. E se não há peixe para pescar? Para que serve a merda da cana? Ou do canudo? Se uns tubarões (às vezes chineses, às vezes traidores à pátria) rapinam o peixe todo? E se esse tubarões até os jovens pescadores comem (nos estágios não remunerados onde não se pesca nada)? Onde pescar? O que pescar? Para quê pescar?

SMS desesperado

Por favor, ó pá Natal, chega de cuecas e meias, ok? Quero um Audi A4. Ou julgas-me um feirante de Custóias?

Só a misericórdia de Deus salvará o Pai Natal

Tenho andado meditabundo a pensar na sorte do Pai Natal para lá deste mundo. Um deles - o Pai Natal é como o Fernando Pessoa, um e vários, por exemplo, o da Coca-Cola morreu há pouco tempo - um deles, digo, anda divertido a passear pela Baixa do Porto, mas que se cuide! É que tem altas possibilidades de ir parar ao Inferno. Há que tempos deve andar o Menino Jesus furioso: “Tiraste-me o protagonismo, velho barbudo!”. No entanto, inspirados no espírito do Natal, temos de acreditar na infinita misericórdia do Pai todo-poderoso do menino nascido em Belém há 2014 anos. A esperança nunca morre. 

Entretanto, no 501 para Matosinhos

- Olhe o Manoel de Oliveira com 106 anos!
- Manoel de Oliveira? Quem é o Manoel de Oliveira?!

Autocarros dos amores atrasados

Ouvi uma vez uma avó dizer ao neto numa telenovela: os amores são como os autocarros, perde-se um, passará outro para apanhar. No Porto, por acaso, para que saiba quem anda de popó, os autocarros da STCP andam atrasadíssimos. Mas acabam por chegar, mais cedo ou mais tarde. Espero que a privatização anunciada não os atrase ainda mais. E rezo, enquanto estou à espera do próximo 803, para que não se privatize o amor neste país.